Meu caro Amor,
Desde já apresento
as minhas maiores desculpas pelo meu atrevimento em me estar a dirigir a si
deste modo, especialmente quando não o conheço. Nunca lhe fui apresentada.
E é mesmo esse o
meu problema: não o conhecer.
Em 40 anos de vida,
continuo sem o conhecer. Nunca tive esse prazer.
Conheço sim, uma
sua parente: a Paixão. Essa, conheço eu até muito bem, pois é raro um dia em
que eu não me apaixone. Seja lá pelo que for.
Agora, amar... Mas
amar mesmo… Sentir o tal fogo que arde sem se ver…
Não.
E eu sinto a sua
falta. Parece que falta uma parte de mim. E essa parte anda para aí perdida, à
espera que eu a encontre. Só que eu não sei aonde procurar.
E sinto algo
parecido com… saudades, será?..., o que torna toda esta situação ainda mais absurda,
pois se eu não o conheço, como posso eu sentir saudades de algo que
desconheço?...
Pois.
Não interessa.
Já me estou a
desviar do verdadeiro assunto que aqui me trás.
Então, eu venho por
este meio solicitar, encarecidamente, que entre na minha vida, pois eu gostava
muito de o conhecer.
Ou então, que me
indique o que posso eu fazer, para que possa vir a ter o sublime prazer de lhe
ser apresentada pessoalmente.
Fico pois, na
expectativa das prezadas notícias a respeito.
Atentamente
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