Há pessoas simplesmente... más.
E de nada a vale a pena negar.
Por muito que procurem razões ou inventem
desculpas para tal, a verdade, nua, dura e crua, é que as há.
E eu, melhor do que ninguém, devia
sabê-lo.
Porque eu sou uma delas.
O meu nome não interessa, mas posso-vos
dizer que, ao contrário do que possam pensar, a minha infância foi muito feliz,
recheada de amor e carinho, sem marcas nem traumas, com a minha família.
Também nunca senti a mínima inclinação
para fazer mal a animais. Pelo que tenho lido, ouvido e visto, é por aí que
começam as primeiras manifestações dessa tal… característica. Já comigo, não
foi assim: nem pouco, mais ou menos. Eu até sempre gostei muito de animais e
desde sempre preferi a companhia dos ditos cujos a algumas pessoas.
Outra coisa que não posso dizer é que o,
vamos lá, mal escondido em mim sempre cá esteve, latente, bem cá no fundo e que
o mesmo foi crescendo, germinando lentamente dentro de mim, qual cerejeira em
flor.
Na verdade, aconteceu de repente. Num dia
(se belo ou não, não sei: já não me lembro), devia eu ter à volta de uns 17
anos, ia eu muito bem a caminho da escola quando, sem dizer água vai, de
repentemente me deu vontade de fazer mal a alguém. Mas mal mesmo, a sério. E
não pensem que foi só uma daquelas manias, pancadas que quando batem, batem
forte, mas batem só uma vez. Não. Quando aquilo me deu, deu para ficar.
Permanentemente.
O pior que já fiz?
Bom, assim de repente, tenho que dizer que
foi quando tirei aquela vida. Matei só porque me apeteceu. E se querem que vos
diga, gostei. Gostei de sentir aquela força vital, essência de ser e sentir, a esvair-se
lentamente, escorrer como grãos de areia entre os meus dedos poderosos e
triunfantes. Sabem, o tal mal, maldade, malevolência, maleficência, chamem-lhe
o que quiserem.
São muitos os que acham que a minha pessoa
está avariada ou mesmo partida. Permitam-me discordar. Ou então há aqueles que
inventam nomes e conceitos para nos caracterizar e definir e, ao mesmo tempo,
se sentirem melhor com eles próprios: psicopatia, sociopatia, ou ainda outra
anomalia qualquer. Mas não, nada disso: eu… sou apenas eu. Assim mesmo. Por
inteiro.
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