“A
todos um bom Natal, a todos um bom Natal…”
Com o devido respeito pelo Coro Infantil de Santo
Amaro de Oeiras, já não posso ouvir esta canção.
Todos os anos é a mesma coisa.
Eu gosto tanto do Natal como qualquer pessoa, mas
não acham que isto é um exagero?
Vá lá, sejam sinceros.
Não concordam comigo quando digo que tudo isto é
demais? E que o que é demais, enjoa?
Já nem falo da tal febre consumista, que essa só a
apanha quem quer apanhar. Ou pode.
Não, não, não… E nem se atrevam a falar-me daqueles
que se deixam contagiar, compram tudo e mais alguma coisa com o dinheiro que
não tem, e que agora não sabem o que hão-de fazer à vida. “Pobres coitados”…
Pobres coitados, uma ova!... A mim, sempre me ensinaram: “Quem não tem
dinheiro, não tem vícios.”
Mas eu estou a falar doutra coisa.
Do tão falado e famigerado “Espírito de Natal”. E
de quem se tenta aproveitar disso mesmo.
A vocês não vos parece que é sempre, precisamente
nesta altura do ano, que metade deste mundo se lembra que a outra metade
existe? E vice-versa. Todos se lembram de todos.
E se alguém não embarca neste altruísmo eufórico,
chamemos-lhe assim, quase que é olhado de lado. Na verdade, uma pessoa até se
sente culpada, acusada, apontada a dedo. Mesmo a contra-gosto, embarca na tal
euforia. Para se livrar dos olhares e cochichos.
Mas também, vamos lá a falar a sério.
O que é, no final de contas, o Natal?
É tão-somente e apenas, um aniversário.
Está bem, não é o meu. E pode não ser o vosso. Mas
também pode.
Bem vistas as coisas, e com todo o respeito, o
Natal é um aniversário. Apenas mais um, no meio de tantos.
Portanto, eu também tenho um Natal.
Na Primavera, é certo, mas Natal. O meu Natal.
Bem que já lá diz o povo: “Natal é quando o homem
quiser”.
O quê? Como disse?
Desculpe, não percebi. Pode repetir?
Quem sou eu?
Peço mil perdões pela minha tremenda falta de
educação.
Realmente, têm toda a razão. Eu bem que já me devia
ter apresentado.
Chamam-me Jota Cê.
Assim como em J.C..
Mas nada de ideias, está bem?...
Sim, porque eu sei muito bem o que já está a passar
por essas cabecinhas… Até parece que já estou a ver o fumo a sair das ditas
cujas…
Não.
O meu nome é João Carlos.
João Carlos Almeida Martins.
É esse o meu nome. Jota Cê.
J.C.
Prazer em conhecer-vos.
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