Quando o telefone
toca, o que até nem acontece muitas vezes, fico sempre na expectativa: quem
será? E o que dirá? Como o dito cujo foi instalado há relativamente pouco
tempo, o mesmo ainda é uma novidade.
Sabem aqueles
telefonemas normalmente a quererem vender alguma coisa, o chamado
telemarketing?
A grande maioria
das pessoas detesta esse tipo de telefonemas e tenta a todo o custo esquivar-se
dos mesmos, mas quando é mesmo apanhada, tenta logo despachá-los a grande
velocidade.
Pois bem, já eu não
sou assim.
Com toda a certeza
que conhecem aquele muito velho ditado: não há regra, sem excepção.
Digamos que eu sou
a excepção que confirma a regra.
É verdade.
Sempre que alguém me
telefona, seja para responder a algum questionário, seja para me tentar
“impingir” alguma coisa, por mais insignificante que possa parecer, respondo
sempre com infinita paciência a todas as questões que me colocam.
Não só compreendo
muito bem que apenas estão a fazer o que lhes compete, o trabalho deles, como
também, e aqui quero pedir desculpa pelo meu aparente egoísmo, aproveito para
mitigar a minha solidão.
Mas aproveito esta
oportunidade para esclarecer aqui e agora um ponto que para muitos é
insignificante, mas que para mim se revela da maior importância: eu não ando
aqui a enganar ninguém: eu limito-me a responder às questões colocadas.
Porque sempre que
chega o chamado “momento da verdade”, aquela altura em que temos que dizer “sim
ou sopas”, invariavelmente eu escolho “sopas”.
E não me sinto
minimamente culpada por ter estado, quiçá, a “aproveitar-me” do tempo de quem
me telefona. Muito antes pelo contrário.
Sinto-me bem.
Sinto-me útil.
E sinto-me viva.
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